foto # 26A > Estruturas
sustenta o funcionamento
Estando eu na inescapável Alte. Alexandrino, num dos trechos em dois níveis, perto da esquina da rua Aarão Reis, chamou-me fortemente a atenção a proximidade, ao toque da mão, da fiação aérea do sistema elétrico do bondinho. Neste ponto, as colunas de fixação estão presas ao paredão e vão até a altura da mureta da parte de cima da rua.
Essa aparente inversão entre o que está acima e o que parece estar abaixo, tão filosófica, parecia me trazer uma nova percepção do mundo... É como se os fios e os cabos aéreos formassem uma teia ao nível dos olhos, parecendo caminhos que, se fôssemos nós algum tipo superior de aranha (em tamanho, ao menos), poderíamos usar. Para ir à padaria, no outro lado da rua, por exemplo...
Essas divagações só atrapalham, na hora. A fotografia pede (aliás, implica em) uma agilidade mental relacionada a padrões visuais tão introjetados, que nem sempre dá tempo para um raciocínio ou justificativa prévios, a não ser como forma de aproximação ao assunto.
Exceto, talvez, no caso dos lay-out das fotos publicitários, em que o fotógrafo como que “psicofotografa“ (se me permitem as forças mediúnicas...) o que alguém imaginou antes.
O que não quer dizer que tudo se resolva necessariamente de imediato ou da maneira ideal: o bondinho, que demorou uns dez minutos para aparecer, bem que poderia ter vindo na outra linha, ficaria bem mais visível ao sol...
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